A Telemedicina revolucionou a medicina no Brasil. Essa tecnologia conseguiu encurtar distâncias, ampliar o acesso à saúde e facilitar e acelerar o processo diagnóstico, graças ao uso das tecnologias de comunicação modernas, em especial a internet.
Porém, nada é perfeito, e com a Telemedicina isso não é diferente. Ela também apresenta suas vantagens e desvantagens. É uma ferramenta, portanto, é preciso saber quais são as situações certas para utilizá-la. E conhecer suas desvantagens é a melhor forma de fazer isso.
Falaremos neste artigo quais são as limitações da Telemedicina no Brasil atualmente, na interação médico e paciente.
As desvantagens da Telemedicina
As desvantagens da Telemedicina existem principalmente por ser uma tecnologia nova na assistência médica. Portanto, a adoção e adaptação a ela ainda estão ocorrendo. Além disso, existem questões tecnológicas que precisam ser superadas.
1 – Falta de treinamento
A Telemedicina ainda é muito nova no Brasil. Por isso, nem todos os médicos se adaptaram ao seu uso, e nem todos os planos de saúde a adotaram totalmente e conseguem aproveitar plenamente suas vantagens.
Como resultado, os planos de saúde podem não cobrir plenamente as Teleconsultas, nem ter infraestrutura para Teleacompanhamento e para o compartilhamento de dados e aceleramento do processo diagnóstico que ela permite.
Da mesma forma, nem todo médico sabe realizar uma Teleconsulta. É possível que tentem realizá-la sem treinamento específico, acreditando que não seria muito diferente das consultas presenciais. Dessa forma, a sua qualidade pode ser prejudicada. São questões normais de qualquer tecnologia nova, e que estão se resolvendo gradualmente.
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2 – Falta do contato físico
A Teleconsulta encurta distâncias, mas apenas de forma metafórica.
Embora muitas pessoas não tenham problema em se comunicar com outras através de videoconferência, outras precisam do contato físico para se sentirem mais confortáveis e terem uma melhor experiência. Realizar videochamadas ao invés de atendimentos presenciais pode ser prejudicial à saúde mental dessas pessoas.
Portanto, as consultas online ainda não conseguem atingir todo mundo, embora os menores custos e maiores velocidades envolvidas tenham contribuído para ampliar o acesso à saúde.
Nesse casos, a pessoa ainda depende da disponibilidade física do médico para poder ter esse contato e estabelecer uma relação de confiança.
Porém, com a ampliação da adoção de Teleconsultas, essas pessoas também podem acabar se beneficiando dessa tecnologia: se mais pessoas adotarem essa modalidade de atendimento médico, é possível que haja maior disponibilidade de atendimentos presenciais também.
3 – Limitação dos exames possíveis
A principal vantagem das consultas presenciais é a realização dos exames em consultórios. Existem vários exames simples, mas muito efetivos, que podem ser feitos durante uma consulta de 30 minutos, e a grande maioria dos médicos apresenta os dispositivos necessários para a realização desses exames no próprio consultório.
O consultório oftalmológico é o melhor exemplo: já apresenta todos os equipamentos para diagnosticar as condições oculares mais comuns, como Miopia, Hipermetropia, Astigmatismo, entre várias outras.
Portanto, o atendimento médico remoto não consegue substituir a consulta presencial em todos os casos, visto que, dependendo do quadro clínico do paciente, essa avaliação presencial é necessária.
Porém, na maioria dos casos, uma consulta rápida com um médico já é o suficiente para prover um direcionamento, inclusive para um exame presencial, se necessário. E a agilidade que ela proporciona pode ser muito bem-vinda nesses casos.
4 – Limitações tecnológicas
O acesso à Telemedicina depende também do acesso à tecnologia, em especial, às tecnologias de comunicação.
Para a realização das consultas online é necessário ter acesso à internet de alta velocidade e a um dispositivo capaz de realizar essa videochamada, isto é, que apresente uma câmera de vídeo e uma tela de boa definição.
Como o Brasil é um país subdesenvolvido, grande parte da população não tem acesso a essas tecnologias, principalmente se oriundos de áreas distantes. Portanto, seu acesso à Telemedicina e qualidade do atendimento podem ser prejudicados.
Embora esse acesso às tecnologias de comunicação tenha aumentado, por exemplo, com o maior acesso a celulares do tipo smartphone, esses celulares não têm necessariamente acesso a uma câmera de alta qualidade, nem têm necessariamente acesso à internet de alta velocidade.
A falta desse acesso pode prejudicar a qualidade da Teleconsulta e do diagnóstico preliminar através dela, visto que a menor qualidade das imagens pode dificultar, por exemplo, uma consulta dermatológica. Por isso, nesse caso, a consulta presencial ainda se mantém a melhor opção, ainda que tenda a envolver maiores custos.
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